Distrito de Vila Cristina foi o palco da terceira visita técnica
CompartilharNa terceira visita técnica do projeto"Caxias do Sul: história e cultura nos distritos”, os participantes visitaram lugares e percorreram caminhos de Vila Cristina. Novamente, encerraram a programação agradecendo a oportunidade de ter acesso a novos conhecimentos e vivências incríveis. O projeto que vem possibilitando esses passeios pelo interior é financiado pela Lei de Incentivo à Cultura (LIC) de Caxias do Sul, com apoio cultural de Metadados, L. Fomolo, Hotel Blue Tree Towers, Fercien Inovação e Gestão de Ativos, Angeza e Sorvetes Urca.
Da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias), o ponto de partida, a turma pegou a BR-116 e seguiu diretamente para o Caminho Pomerano, um lugar que fica do outro lado do Rio Caí, ou seja, geograficamente, está nos limites de Nova Petrópolis, mas tem grande importância para a história de Caxias do Sul. Quem recebeu os participantes por lá foi Lair Carlos Goldbeck, um senhor que conhece muito da trajetória daquela região e tem muitas histórias divertidas para contar. A visita começou pela Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil, na Comunidade Evangélica São José do Caí. Lair contou com a obra e destacou uma curiosidade: o engenheiro sugeriu que ela fosse virada para o outro lado, imaginando que seria construída uma estrada lá, mas os moradores foram contra. Ele tinha razão e o templo acabou ficando de costas para o caminho.
Atravessando essa estrada, os participantes então foram ver o Memorial Caminho Pomerano, que conta um pouco da história da chegada desse povo no território que hoje pertence a Caxias do Sul, nos anos 1800. Uma lista que contém os nomes das famílias que vieram para cá é um dos destaques entre as imagens que mostram a ocupação das regiões de Vila Cristina e Sebastopol, que atualmente fazem parte do nosso município. Esse espaço é aberto ao público e pode ser visitado livremente. Lendo as informações e conferindo as fotos, é possível aprender sobre a imigração alemã.
Como havia uma chuva fina na manhã da visita e há uma obra no caminho, não foi feita a vista ao ponto onde os rios Caí e Piaí se encontram. Porém, os participantes receberam informações a respeito deles e terão outra oportunidade para conhecer, quando for feita a visita a Santa Lúcia do Piaí. Do Memorial, então, eles partiram para a Linha Sebastopol. No caminho, passaram em frente de uma casa feita em meados de 1880 e que sediou muitos Kerbs. Falamos mais sobre ela neste post. https://www.instagram.com/p/DNzMtLfWI2s/ Uma das primeiras escolas de Caxias do Sul também estava no roteiro e foi apontada aos participantes. Nós temos um conteúdo especial sobre a educação neste distrito. Confira acessando este link. https://www.guiadecaxiasdosul.com/turismo/patrimonios/patrimonios-e-lendas/ensino-e-primeira-escola. Na Linha Sebastopol, houve uma nova parada para ouvir as histórias do Seu Lair, incluindo relatos sobre a construção das casas enxaimel. https://www.guiadecaxiasdosul.com/turismo/patrimonios/patrimonios-e-lendas/casas-enxaimel. Também foi falado sobre a Rampa Sul, que é cenário de voos livres que, em determinadas épocas do ano, levam cor ao céu da região. Neste momento, o sol já estava saindo, e o dia seguiria lindo.
Depois do almoço, a visita técnica seguiu com um momento especial. Na subprefeitura de Vila Cristina, a idealizadora do projeto e do Guia de Caxias do Sul, Marivania Sartoretto, entregou um mapa do distrito para a equipe que trabalha lá. Na forte enchente de maio de 2024, o mapa que existia lá ficou destruído, já que a água chegou quase ao teto do primeiro piso do prédio. A subprefeitura foi um dos lugares mais danificados pela chuva, e a entrega representa o apoio do Guia de Caxias do Sul no recomeço necessário, além de expressar a importância e apoiar na restauração do Espaço Cultural História & Memória de Vila Cristina, que igualmente foi danificado pelas chuvas. Os trâmites para a sua reconstrução estão em andamento. A acolhida aos participantes foi com música e cucas, um dos principais produtos da gastronomia de Vila Cristina.
Feita essa pausa, o comboio seguiu para a Estrada Rio Branco, essa via que teve uma importância enorme para o desenvolvimento de Vila Cristina, especialmente na região de Nova Palmira. O Guia de Caxias do Sul produziu um conteúdo especial sobre essa localidade. Você pode acessar neste link. https://www.guiadecaxiasdosul.com/turismo/passeios/estrada-rio-branco-vila-cristina. A primeira parada por lá na propriedade dos Noll. O grupo foi recebido pela Márcia Noll, que nasceu naquelas terrase contou a história do moinho https://www.guiadecaxiasdosul.com/turismo/passeios/estrada-rio-branco-vila-cristina/moinho-nolle da farmácia https://www.guiadecaxiasdosul.com/turismo/passeios/estrada-rio-branco-vila-cristina/farmacia-noll que pertenceram aos seus antepassados. O moinho foi construído entre os anos 1860 e 1880, quando começou a sua operação. Ele funcionou até 1950. Hoje, restam partes da construção.
Já a farmácia tem móveis, livros e outros objetos preservados dentro da construção onde sempre funcionou. Os participantes da visita tiveram a oportunidade de entrar e de ouvir de Márcia como eram feitos os atendimentos na época. Casos pouco graves eram resolvidos ali mesmo, por Alcides Noll, que fundou a farmácia em 1903. Quando se tratava de situações mais graves, ele encaminhava o paciente para o Centro de Caxias do Sul, onde havia mais estrutura. Ali na propriedade, também está preservada uma casa que serviu como comércio https://www.guiadecaxiasdosul.com/turismo/passeios/estrada-rio-branco-vila-cristina/casa-de-comercio-noll-em-frente-ao-moinho. Porém, ela não pertence a Márcia e, portanto, não foi possível entrar. Fotos antigas ainda completaram a recepção na propriedade dos Noll.
De volta à Estrada Rio Branco, foi feita uma parada no ponto estratégico de Nova Palmira na época em que os imigrantes europeus estavam chegando por aqui. Por lá, foi possível ver de fora os prédios do banco e da delegacia.https://www.guiadecaxiasdosul.com/turismo/passeios/estrada-rio-branco-vila-cristina/delegacia-e-presidio. Nesta parada, os participantes ouviram mais histórias. Dali, seguiram para um lugar emblemático: uma casa que serviu como barracão e ainda está em pé. Os barracõeshttps://www.guiadecaxiasdosul.com/turismo/passeios/estrada-rio-branco-vila-cristina/antigo-barracao-o-local-tambem-foi-escola-e-sediou-comercio eram lugares onde os imigrantes italianos ficavam ao desembarcar no Porto do Guimarães https://www.guiadecaxiasdosul.com/turismo/passeios/estrada-rio-branco-vila-cristina/porto-do-guimaraes. Eles aguardavam ali até serem conduzidos aos seus lotes. Nesta propriedade, a turma ouviu as histórias de Antônio Carlos Jacoby, que mantém viva a história dos seus antepassados.
A parada seguinte teve como objetivo mostrar que não se trata apenas de passado, mas também de presente. E o Orquidário do Valehttps://www.guiadecaxiasdosul.com/turismo/patrimonios/turismo-rural-e-compras-direto-do-produtor/orquidario-do-vale-entre-os-maior-do-sul-do-pais foi o lugar escolhido para demonstrar que, atualmente, muitos empreendedores seguem atuando no distrito de Vila Cristina e contribuindo para o desenvolvimento de Caxias do Sul. Além de representar tudo isso, ele ainda agrada aos olhos com as lindas orquídeas que estão disponíveis para venda.
Mais duas paradas ainda aguardavam os participantes desta visita técnica. Primeiro, o grupo visitou uma propriedade que foi da família de Jorge Potter. Acompanhando o grupo, ele contou que, na década de 1970, a residência do pai dele serviu como escola. Ele tinha dois anos na época e lembra que, posteriormente, sua família doou um terreno ao município para que fosse construída a escola que, atualmente, é chamada de Assis Brasil. Ao olhar para a casa onde teve aulas e relembrar toda essa história, Jorge se emocionou. Atualmente, a propriedade pertence a um casal de fora do Rio Grande do Sul que escolheu aquele lugar para seguir a vida e hoje recebe peregrinos que fazem o Caminho de Caravaggio. Nessa propriedade, também estão mantidas ruínas de um moinho e uma serraria que funcionaram no passado.
Para encerrar a visita técnica, o grupo foi na Famiglia Pezzi,https://www.guiadecaxiasdosul.com/empresa/cafe-colonial-giardino-e-emporio-famiglia-pezzi-2717, localizada às margens da Estrada do Imigrante. Os participantes ouviram depoimentos do casal, composto por uma mulher descendente de alemães e um homem descendente de italianos. Eles sempre viveram na beira da Estrada do Imigrante e compartilharam as suas histórias. Nesta última parada, a turma foi recebida com cuva e café, ao melhor estilo gastronômico alemão / italiano. Com mais histórias e a típica confraternização ao redor de uma mesa, o grupo se despediu com a orientação de subir de volta pela Estrada do Vinho. Em outubro, o destino será Fazenda Souza. Até lá!