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Antigo barracão, o local também foi escola e sediou comércio

Casa que possivelmente é o único barracão ainda em pé também sediou escola
Em estilo enxaimel, ela pode ser avistada da Estrada Rio Branco

Há um prédio em Nova Palmira que merece destaque. Possivelmente é, hoje, o único barracão que ainda está em pé. Os barracões eram construídos para abrigar os imigrantes que chegavam nos vapores via Rio Caí até que a terra que ocupariam fosse definida. As famílias ficavam hospedadas nos barracões enquanto os pais seguiam para acertar os detalhes burocráticos. Quando estava tudo resolvido, eles voltavam para buscar a esposa e os filhos. A construção em estilo enxaimel tem décadas de história e pode ser avistada da Estrada Rio Branco.

Por ela, além de várias famílias de imigrantes que ajudaram a construir o que essa região é hoje, passaram também alunos, já que a casa foi utilizada como escola. E falar da escola que existiu em Nova Palmira, às margens da Estrada Rio Branco, é falar de Antônio Jacoby. Não há como dissociá-lo da instituição. O neto, Antônio Carlos Jacoby, conta que o avô chegou ao lugar aos 17 anos, contratado pela comunidade para dar aulas. O prédio já existia. “Era tudo fechado com tábuas, e foi o meu avô que colocou o zinco”, conta. Jacoby não tem certeza sobre as datas, mas sabe que o avô lecionou por mais de 50 anos. E conta uma peculiaridade muito especial: “Todos os alunos que passaram pelas aulas dele tinham a mesma caligrafia”.

Ele lamenta que muitos registros foram perdidos, mas na memória está viva essa marca que o avô deixou na comunidade. E reforça que, naquela época, Nova Palmira era um lugar muito próspero. “Tinha delegacia, cadeia, subprefeitura, funilaria, ferreiros… tinha de tudo. Esse assunto ele também tratou em uma entrevista que está registrada no livro Estrada Rio Branco - O Caminho da Emancipação, de 2015. Em uma conversa ocorrida em 2013 com Luiz E. Brambatti e Jaime Pezzi, Jacoby contou que o seu avô casou com uma italiana, Hermínia Thomas. Ela imigrou para o Brasil aos quatro anos de idade. Segue a transcrição de uma parte da entrevista:

“Ele pagou 21:000$000 (vinte e um contos de réis) pela propriedade. Aqui construíram três casas de pedra (pedra de areia). Duas foram demolidas e uma, a mais importante, ficou, que é esta que fica ali do lado da Estrada Rio Branco. Ele comprou as terras de um Tisot, que tinha um pouso e casa de comércio. Aqui nesta casa, que também chamam que barracão, os italianos deixavam as famílias e subiam os morros para verem terras, prepararem um lugar para morar, depois vinham buscar as famílias”.

Segundo Jacoby, a casa tem 30 metros e também foi uma casa de comércio, reforçando a característica próspera de Nova Palmira.