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Moinho Potter

Moinho Potter funcionava a água e ainda tem parte da construção em pé

 

Parte do desenvolvimento de Nova Palmira passa pela roda do Moinho Potter. Há mais de 100 anos, um canal foi aberto a picareta para que a água do Arroio Belo fizesse o moinho funcionar. “Na época da construção, os Potter cortaram pedras para que a água passasse por baixo da Estrada do Imigrante. Eles tinham duas glebas, o arroio passar por uma delas, e a roda estava na outra. Eles fizeram o caminho para a água chegar até onde eles precisavam”, conta Edson Luiz Galterio, atual proprietário da área onde estão as ruínas desse importante empreendimento na época.

Paulista e apaixonado por história, Edson viu o sítio à venda em Nova Palmira, comprou e hoje mora lá. Em conversas com vizinhos, vai descobrindo as histórias de um tempo em que Nova Palmira era muito desenvolvida e ponto obrigatório de passagem para se chegar a Caxias do Sul. Ele ressalta que o Arroio Belo deságua no Rio Caí, importante propulsor desse desenvolvimento, e que o canal construído há um século ainda está lá. “O canal foi muito bem feito, está praticamente intacto. Alguns pedaços desmoronaram, mas a maior parte está inteira”, detalha.

No Moinho Potter, havia moagem de milho e limpeza de arroz. Quem lembra bem disso é Lourdes Franz Boschetti. “O meu pai me colocava em cima de uma mula para irmos até o Moinho Potter levar o arroz para descascar”, conta ela, referindo-se a Afonso Franz, dono da olaria que havia em Nova Palmira. Ela se recorda também de um senhor chamado Ronaldo Finkler, responsável pelas atividades do moinho, e da estrutura. “Tinha uma roda gigante, de madeira, e era movido a água. Corria um canal e fazia a roda girar”, acrescenta.

A casa de madeira que sediou o moinho está em ruínas, e Edson trabalha para que essa memória não se perca. Fez uma parte em alvenaria e pretende aproveitar o espaço como uma área de lazer. Ele não comprou a área da família Potter, ela passou por outros donos nesse meio tempo, mas se identificou com a história. “Eu sou italiano também, por que vou querer deixar apagar uma memória de imigrantes italianos?”, afirma, reforçando que vê potencial turístico na região. Mesmo que ainda não seja possível ver tudo recuperado, um passeio de carro pela Estrada Rio Branco já garante muita história e lindas paisagens.