Casa da família Marchioro
Casa da família Marchioro era parada de tropeiros
Por ser uma das principais vias das imediações de São Sebastião do Caí e o único acesso a Caxias do Sul por muito tempo, a Estrada Rio Branco era o caminho dos tropeiros. No livro Estrada Rio Branco - O Caminho da Emancipação, Luiz E. Brambatti publica uma entrevista com Sídio Marchioro. No texto, ele conta que o pai, Henrique Marchioro, fazia frete de Caxias do Sul a São Sebastião do Caí e descia pelo morro São Luiz. Nesse lugar, segundo o relato, uma pessoa acabou morrendo quando o breque da carreta quebrou. Ela era puxada por oito animais e tinha capacidade para 1.500 quilos.
Quando chegou a Nova Palmira, Henrique Marchioro vendeu a carreta e ficou com duas mulas, usadas para puxar o arado. “Aqui na nossa casa, era parada dos tropeiros. Se a gente não deixasse ficar, eles trancavam a estrada (Rio Branco). Ficava uma na frente, o gado no meio e outro atrás", conta Sídio na publicação. Ele acrescenta que o potreiro chegou a ter 600 bois, e que cada tropa tinha os seus animais marcados. Eram cobrados cinco réis por boi para que ficassem no potreiro da família Marchioro. “Às vezes, tinha duas tropas diferentes, então saía primeiro uma e depois a outra. Os tropeiros paravam debaixo das árvores, onde dormiam, nos dias secos. Quando chovia, a gente cedia o galpão para eles.”, continua Sídio na obra.
Na entrevista, há também a informação de que normalmente eram cinco ou seis tropeiros para cerca de 300 bois. O gado saía de Vacaria e Lagoa Vermelha e era conduzido até a Oderich, em São Sebastião do Caí, onde era carneado. Testemunha de boa parte da história, ele ainda vive na localidade, e o seu amor por aquelas terras foi passado para as gerações seguintes. A neta, Greice, montou uma agroindústria nas proximidades da casa e dá sequência à linda relação da família Marchioro com Nova Palmira.