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Antigo Correio

Elsa era a responsável pelo Correio e muito querida em Nova Palmira

Ela deu um depoimento emocionante ao Banco de Memória

A importância de Elsa Hauser Schumann para a comunidade de Nova Palmira e seus familiares que viviam em outros lugares pode ser resumida por um momento emocionante. Mas antes de contar, precisamos voltar um pouco. Elsa era filha de Henrique Hauser, ferreiro conhecido na localidade, e morava no que era considerado o centro do lugar, abrigando a ferraria do pai, curtume, fábricas artesanais, serviços públicos e até mesmo bancários.

Naquela época, era comum que algumas atividades estivessem sedidas na casa dos proprietários, o que era o caso de Elsa. Ela era a responsável pelo Correio, que funcionava na sua moradia. No livro Vila Cristina: História e Memória, há trechos de um depoimento dela ao Banco de Memória, do Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami, de Caxias do Sul. Eles foram captados em 2007. Confira a explicação dela sobre o funcionamento do Correio.

“A parte de correspondência era ali naquele quarto. E aqui atrás tinha uma janelinha redonda com uma tabuinha na frente […] selavam as cartas e davam pra mim. Eu juntava num malote, lacrava e levava lá em cima na estrada para entregar pro motorista do ônibus, todos os dias […]. Muita gente vinha com o papel, com o envelope e eu tinha que escrever tudo, a maioria não sabia ler”.

Foram cerca de 20 anos prestando esse serviço, e Elsa só se aposentou porque foi obrigada pelas regras dos Correios em âmbito nacional. Ter notícias dos familiares que viviam em outros lugares era difícil, por isso, ela se tornou uma pessoa tão querida pela comunidade. E conta o momento em que percebeu isso e emocionou-se:

“Eu estava capinando lá na horta para plantar repolhos […] e de repente eu ouvi um rum, rum, rum. Meu Deus, que barulho é este? […] Era um ônibus que vinha de Porto Alegre. […] Ele vinha devagarzinho, parecia que batia até nas árvores em roda, de tão grande que ele era. De repente, eu ouvi uma voz forte que disse: “Olha, nesta casa aqui mora a mulher do correio. Era um antigo funcionário do “Hotel Fazenda” que me conhecia. O ônibus parou ali na frente, […] todos me abanando e soltando beijos. Mas fiquei tão emocionada que fui para a cozinha, chorando.”