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Boca de Sino

Boca de Sino é um personagem que faz parte da história de Criúva

Com as trovas, Boca de Sino divulga a cultura de Criúva

A história e a cultura de um lugar estão expressas, também, nas pessoas. E em Criúva, um dos moradores que carregam isso por onde vão é Jorge Oliveira

Rodrigues. O próprio apelido dele, Boca de Sino, já carrega uma história diretamente ligada às manifestações culturais. “Eu estava em um rodeio em Esmeralda com o Adelar (Bertussi), tinha uns 20 anos, e uma pessoa perguntou para outra com quem eu era parecido, Ela respondeu: ‘com o Sindo, tem a boca como a dele’. O Adelar entendeu ‘Boca de Sino’ e esse apelido pegou e me dá sorte”, diverte-se.

Boca de Sino é um trovador que acumula prêmios e já levou o nome de Criúva para longe. Seja nos tempos em que acompanhava o famoso Bertussi, seja em rodeios para os quais ia sozinho, ele sempre foi destaque. Tem disco gravado e um talento que, segundo conta, “vem de berço”. “Na família da minha mãe, eram todos artistas, cantavam. Com cinco anos, eu saía para lidar com as vacas e ia cantando, desde lá, eu canto, faço trova”, relata.

As competições, porém, vieram depois do casamento com Ana Odete Rodrigues. Na época, ele, nascido em 14/06/1943, tinha 23 anos. Já ela, que nasceu em 16/05/1950, tinha apenas 16. Era uma época em que se casava muito cedo. Entre os diversos prêmios que ganhou, o trovador cita os conquistados no Encontro de Artes e Tradição Gaúcha (Enart) e no Rodeio de Vacaria com representantes dos “grandes”, mas faz uma ressalva: “Eu sinto a mesma satisfação com todos os prêmios, o importante sempre foi ir para os rodeios e apresentar as trovas”.

Não faltaram lugares para isso. Boca de Sino esteve em muitos rodeios gaúchos, viajou para Santa Catarina e chegou até mesmo a Portugal. Em 2007, ele esteve na Ilha Terceira, uma das nove que integram os Açore, para participar da Festa do Divino Pai Eterno e todas as noites tinha show. “Nós visitávamos as pessoas, conversávamos com elas, trovava. Levei 14 horas pra chegar lá e fiquei vários dias por conta dos portugueses”, conta. Sobre a semelhança com a parte da sua família que tem origem portuguesa, conta que a identificou: “São parecidos com o meu avô, as mulheres têm semelhança com a minha mãe, as primas dela”. Sobre as trovas, são um pouco diferentes daqui, mas Boca de Sino logo se adaptou. E voltou com a mala cheia de presentes.

A sua participação na Festa do Divino de Criúva também está sempre confirmada. E seja em qualquer lugar, ele leva diversão, trovas e animação. Houve uma ocasião em que se apresentou como palhaço e um teatro e surpreendeu até os amigos, que não sabiam dessa sua habilidade. O humor, o artesanato e as trovas fazem parte da sua vida, assim como o “público”, que está sempre por perto. “Eu sou falante, onde eu estou, tem sempre muita gente ao redor”.

Este conteúdo integra o projeto Patrimônios, lendas e marcos de Caxias do Sul, financiado pela Lei Paulo Gustavo de Caxias do Sul.

Produção, organização e Curadoria: Marivania L. Sartoretto

Texto: Paula Valduga

Fotos: Marivania L. Sartoretto

Ano: 2025

Para creditar

SARTORETTO, Marivania L.; VALDUGA, Paula.  Com as trovas, Boca de Sino divulga a cultura de Criúva.  Caxias do Sul: Patrimônio, Marcos e Lendas / Lei Paulo Gustavo, 2025. Disponível em: 

Referências

Depoimento de Jorge Oliveira Rodrigues