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Agnoline

A tradicional sopa de agnoline é um atrativo para turistas no Roteiro Vale Trentino

Sopa de agnoline ou capeletti une sabor, legado e afeto

A sopa de agnoline está na mesa dos caxienses com uma frequência muito alta. E não apenas no inverno. Não é difícil encontrar por aqui quem não abre mão desse prato mesmo em dias com temperaturas mais altas. Além de entregar sabor, essa receita guarda com ela a história dos imigrantes. Sabemos que a gastronomia é parte das características de um povo e isso é tão forte na sopa de agnoline, que ela fez parte de um artigo que investigou "a comida como manifestação cultural e suas especificidades na localidade de Forqueta”. Assinado por Cleber Cristiano Prodanov, Magna Lima Magalhães e Rogério de Vargas Metz, o texto é a base para este conteúdo.

Conforme os autores, a sopa foi citada nas três entrevistas feitas por eles. “A sopa é percebida como alimento fundamental, que não pode faltar e que agrada ao paladar”, escrevem eles. Porém, nem sempre foi assim. Por muito tempo, segundo memórias que foram passando de geração em geração, ela esteve vinculada à escassez. A informação de que, durante alguns períodos, foi o único alimento que havia para ser servido está tanto no artigo, quanto em conversas com descendentes de imigrantes. As dificuldades que eles viveram fazem parte da memória coletiva e a alimentação está entre elas.

Porém, atualmente, a situação é completamente diferente, e o artigo descreve muito bem. “Hoje é o prato que não pode faltar em festas comunitárias e almoços familiares, porém, contrariando outros tempos (de escassez), é a abertura/entrada para a mesa farta.” Sim, não há “festa de colônia” que não sirva a tradicional sopa de agnoline para começar a fartura do almoço. O cheirinho dela se espalhando pelas casas também é muito comum, já que a família reunida ao redor da sopeira é uma cena que se repete de quarteirão em quarteirão e de distrito em distrito.

Ainda temos muitas “nonas" que são mestres em fazer a massa, preparar o recheio e fechar o agnoline. E além de produzirem para a família, elas também têm seus clientes, porque quem não sabe fazer, não tem dúvidas de onde achar o seu preferido. Carregada de afeto, legado e sabor, essa sopa faz parte do dia a dia não apenas de Caxias do Sul, mas também de outras cidades da Serra. Em algumas delas, é chamada de sopa de capeletti, e a diferença, segundo o chef italiano Mauro Cingolani, está no formato. Enquanto o capeletti imita o formato de um chapéu, o agnoline é mais fechado.

Em famílias italianas, é comum que os integrantes se unam para preparar a sopa. Marivania Sartoretto relata o conceito que tem dessa iguaria e como costumava fazer ao lado da mãe e das irmãs. “O agnoline ou capeletti é uma massa recheada tradicionalmente com carne. Porém, hoje em dia existem versões com diferentes tipos de recheios, como frango, queijos, espinafre, legumes e outros. Na produção, se faz o recheio escolhido e parte-se para a massa, que geralmente leva farinha de trigo e ovos. Atualmente, no entanto, há opções com outras farinhas para atender celíacos. Depois de produzir a massa, é necessário abrir com um cilindro ou um rolo de macarrão até que ela fique com a espessura média de 0,6 mm. Depois, com um cortador de massa ou uma faca, é preciso cortar em quadrados com cerca de 5 centímetros e, sobre eles, colocar uma quantidade de recheio bem no centro. Na hora de fechar, dobramos a massa sobre si mesma, formando um triângulo com o recheio no meio e unimos as duas pontas opostas, o que resulta em um capeletti".

Marivania ainda destaca que, no passado, esse processo era todo feito de forma manual, mas hoje existem máquinas que auxiliam no processo. Para o caldo, usa-se legumes ou carnes, conforme o gosto de quem vai comer. Para esse momento, ela dá uma dica a mais: “Deguste com queijo, crem e um copo de vinho". Se você gostou de saber disso e quer viver na prática esse processo, existe em Caxias do Sul uma propriedade rural que oferece oficinas. Na Família Dallegrave, você faz o próprio agnoline, coloca para cozinhar e depois saborear, uma experiência completa e imperdível. Para saber mais e viver tudo isso, acesse o link, marque o seu horário e prepare-se para um almoço saboroso e divertido! Ou Também você pode adquerir prontinhos direto das agroindústria acessando aqui.

Este conteúdo integra o projeto Patrimônios, lendas e marcos de Caxias do Sul, financiado pela Lei Paulo Gustavo de Caxias do Sul.

Produção, organização e Curadoria: Marivania L. Sartoretto

Texto: Paula Valduga

Ano: 2025

Para citar

SARTORETTO, Marivania L.; VALDUGA, Paula. Sopa de agnoline ou capeletti une sabor, legado e afeto. Caxias do Sul: Patrimônio, Marcos e Lendas / Lei Paulo Gustavo, 2025. Disponível em: https://www.guiadecaxiasdosul.com/turismo/patrimonios/patrimonios-e-lendas/agnoline

Referências

Depoimento de Marivania Sartoretto

Prodanov, C. C., Magalhães, M. L., & Metz, R. de V. (2019). SOPA, FAMÍLIA E TRABALHO: PERCEPÇÕES CONSTITUÍDAS ENTRE FORQUETA E ITÁLIA. POLÊM!CA, 18(4), 046–059. (https://doi.org/10.12957/polemica.2018.450)

Mandarino, D. e Mugnol, B. AGNOLINE OU CAPELETTI? CHEF ITALIANO TIRA A DÚVIDA.2017, Caxias do Sul. Disponível em https://gauchazh.clicrbs.com.br/pioneiro/cultura-e-lazer/noticia/2017/03/agnolini-ou-capeletti-chef-italiano-tira-a-duvida-9759405.html Acessado em 31 maio de 2025.