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Participação Ativa nas Visitas Técnicas - Caxias do Sul: história e cultura nos distritos

Aprender fazendo, descobrindo com o trajeto e o que deseja saborear — nas visitas técnicas do projeto Caxias do Sul: história e cultura nos distritos, a caravana colaborativa e a liberdade na escolha da refeição transformam cada quilômetro em conhecimento

Os participantes não são apenas espectadores, eles são parte ativa e fundamental do processo nas Visitas Técnicas "Caxias do Sul: história e cultura nos distritos".           

 

Vamos organiza a experiência educativa (conteúdo, roteiro, proposta pedagógica etc.). O deslocamento (transporte), alimentação e logística são de responsabilidade de cada participante. E que, mesmo sendo uma jornada em grupo, ela segue o formato de "caravana colaborativa/autônoma", como em trilhas, passeios off-road etc.

Como idealizadores e responsáveis pelo conteúdo pedagógico, pela organização dos roteiros e pela curadoria das atividades, assumimos o compromisso de proporcionar experiências autênticas, significativas e alinhadas aos objetivos de aprendizagem. Nosso papel é garantir que cada visita técnica seja uma oportunidade rica em descobertas, conexões com o território e aprofundamento no conhecimento, respeitando as singularidades de cada local e promovendo o diálogo entre saberes.

Entretanto, a logística de deslocamento e alimentação será realizada de forma autônoma por cada participante ou grupo, seguindo o modelo de “caravana colaborativa”, comum em trilhas, passeios de natureza e turismo de base comunitária.

Cada grupo organiza seu próprio transporte, define como chegar aos locais e decide onde e como irá se alimentar. Ao invés de um transporte coletivo centralizado, adotamos essa proposta mais flexível e colaborativa, que estimula a construção de vínculos, a troca entre participantes e o fortalecimento de redes locais.

Essa escolha está alinhada com os princípios da mobilidade solidária, da hospitalidade flexível e responsável. Assim, reforçamos que as despesas e decisões logísticas são de responsabilidade de cada participante, enquanto nós cuidamos do que dá sentido à jornada: o conhecimento, a mediação e a vivência com o território.

As visitas técnicas que estamos organizando vão muito além de um simples deslocamento entre um local e outro. Elas são parte essencial do aprendizado, da descoberta e da vivência que queremos proporcionar. Por isso, pensamos em um formato especial, sensível às possibilidades do projeto e, acima de tudo, coerente com a proposta de imersão nos territórios.

Quando somos tocados — seja por uma paisagem, uma história, um sabor, uma conversa ou um momento autêntico — não apenas absorvemos informações, mas também geramos conexões emocionais. São essas conexões que transformam uma simples vivência em uma memória duradoura, daquelas que realmente ficam para a vida toda e moldam quem somos e como vemos o mundo.

 

Como grande parte dos participantes são professores, guias de turismo, empreendedores — pessoas que atuam como multiplicadores e disseminadores de conhecimento —, nossa proposta é aproveitar ao máximo cada etapa da atividade como oportunidade formativa. Acreditamos que cada parte da jornada tem valor pedagógico. Essa visão está alinhada às ideias da aprendizagem experiencial (Kolb, 1984) e da educação pelo território (Brandão, 2006), que compreendem o deslocamento não apenas como meio, mas como espaço ativo de construção de saberes, de troca entre participantes e de descoberta do território em suas dimensões culturais, sociais e ambientais.

Por isso, a sugetstão em formato de caravana solidária. Cada grupo se forma de maneira autônoma: as pessoas se unem, combinam os carros, dividem os custos e constroem, nesse processo, redes de afinidade, cooperação e corresponsabilidade. A caravana se torna grupo de apoio, de estudo, de reflexão e de partilha. Essa prática tem sido valorizada em abordagens de turismo de base comunitária (Coriolano, 2014) e de mobilidade colaborativa (Beirão & Cabral, 2007), como alternativa sustentável, integradora e que fortalece o senso de pertencimento.

Cada deslocamento será também um processo de aprendizado. Sair de um ponto e chegar ao outro faz parte da vivência, porque cada caminho conta uma história. Ao passarmos pelas paisagens, pelas curvas, pelas estradas, também vamos reconhecendo o território, seus desafios e suas belezas. A cada nova visita, enviaremos a localização do próximo ponto, e os grupos irão juntos, combinando como chegar. Essa busca conjunta é parte da experiência: encontrar-se no caminho, descobrir as rotas, surpreender-se com o trajeto.

Porque essa é uma jornada técnica,  que exige olhar atento, escuta sensível, participação ativa e disposição para aprender com o lugar. Por isso, cada parte do caminho importa — desde o planejamento até a chegada.

A refeição, da mesma forma, será por conta de cada participante — e isso também se torna uma oportunidade de vivência. Em vez de um único local pré-definido para todos, vamos sugerir opções de almoço em cada distrito, valorizando os saberes e sabores da cultura local. Essa liberdade permite que cada grupo experimente a gastronomia do território conforme seus interesses, desejos, curiosidades ou necessidades específicas.

Acreditamos que essa escolha reforça a dimensão da experiência territorial (Gil, 2009), permitindo que os participantes explorem, provem e conheçam aquilo que é típico de cada lugar. Ao mesmo tempo, respeita a diversidade alimentar e cultural dos participantes, acolhendo desde quem tem intolerâncias ou restrições alimentares até quem opta por levar seu próprio lanche. Isso se alinha aos princípios do turismo inclusivo e da hospitalidade flexível (Beni, 2006), que valorizam a autonomia, o cuidado e o bem-estar do visitante.

Quem preferir, poderá fazer um piquenique coletivo, que será igualmente acolhido como um momento de pausa, descanso e partilha — outro modo legítimo de viver a experiência. O essencial é garantir liberdade, conforto e pertencimento a todos, mantendo sempre o foco na vivência integral do território e no respeito às individualidades.

Tudo foi pensado para que a experiência seja rica, afetiva, cheia de sentido e principalmente aprendizado. Caminhar juntos, buscar juntos, aprender juntos.

Marivania Sartoretto  - Idealizadora do Seminário e visitas técnicas - Caxias do Sul: história e cultua nos distritos.

Referências

BEIRÃO, G.; CABRAL, J. A. S. Understanding attitudes towards public transport and carpooling. Transport Policy, [S.l.], v. 14, n. 6, p. 478–489, 2007.

BENI, M. C. Análise estrutural do turismo. São Paulo: SENAC, 2006.

BRANDÃO, C. R. O que é método participativo. São Paulo: Brasiliense, 2006.

CORIOLANO, L. N. M. T. Turismo de base comunitária e o empoderamento local. In: CORIOLANO, L. N. M. T. (org.). Turismo e responsabilidade social. Fortaleza: Edições UFC, 2014.

GIL, S. M. S. Turismo de experiência: planejamento e gestão. São Paulo: SENAC, 2009.

KOLB, D. A. Experiential learning: experience as the source of learning and development. Englewood Cliffs: Prentice-Hall, 1984.