
Vinhos Tonietto: da produção artesanal à venda a granel
Uma produção de vinho apenas para consumo próprio deu origem a um negócio na Capela Menino Deus, em Forqueta. E essa é uma história que começou há cinco gerações, com o imigrante João Tonietto. Como muitos italianos que chegaram por aqui, ele cultivava uva. Da união com Itália Bettiato Tonietto, nasceu Stefano Tonietto, o segundo da família a trabalhar com a fruta. Ele casou-se com Eolina L. Tonietto e teve Francisco Tonietto, responsável por perpetuar a história familiar na terceira geração e levá-la para a quarta. “O meu avô e a minha avó, Delmina Capeletti Tonietto, faziam vinho para consumo próprio, e o negócio começou com o meu pai e os meus tios”, conta Rodrigo Tonietto, tataraneto de João e, hoje, integrante da quinta geração da família na lida com a uva.
Com a inspiração do pai, do avô e do bisavô na plantação de uva e na elaboração de vinho para consumo próprio, em 25 de novembro de 1991, os irmãos Henrique Carlos Tonietto, Oscar José Tonietto e Claudio Luiz Tonietto fundaram a Vinhos Tonietto. Rodrigo, filho de Henrique, se criou lá dentro e, é claro, na casa de pedra que é um dos destaques da propriedade. Ele não sabe exatamente a data da construção, mas a família estima que tenha 120 anos. Foi mantida preservada esse tempo todo, recebeu uma ampliação e ainda é a residência da família.
Além de circular pela propriedade quando criança, Rodrigo lembra de entrar em tanques e de vivenciar a rotina dos pais. Hoje, faz parte da equipe que conduz o negócio existente na mesma propriedade onde seus avós faziam o vinho artesanalmente. São 17 hectares de vinhedos, grande parte (90%) da variedade bordô. O restante é de niágara e um pouco de moscato. “O vinho bordô é o mais vendido. Usamos toda a nossa uva e ainda compramos bordô e isabel de outros produtores”, conta Rodrigo. Toda a venda acontece a granel para outras vinícolas, e o produto é transportado em caminhões-pipa. A produção anual está em 1 milhão de litros.
Ao lado do pai e dos tios, Rodrigo trabalha nos parreirais e participa de todo o processo ao lado do enólogo responsável. Quando olha para a escolha que fez, sente orgulho por estar perpetuando a história da sua família. “É gratificante, porque nos negócios aqui em volta, eu vejo os jovens indo para a cidade, e eu decidi ficar”, completa. Com essa visão, Rodrigo contribui para que a representatividade do agronegócio caxiense continue forte no Rio Grande do Sul e no Brasil.