
Irmãs Pastorinhas
Irmãs Pastorinhas atuam na 3ª Légua desde 1952
A contribuição das Irmãs Pastorinhas é significativa na 3ª Légua desde a década de 1950 até os dias de hoje. Elas chegaram em 1952, a pedido dos padres Paulinos, que estavam precisando de ajuda, e deram início a um trabalho de pastoral com visita a famílias e aconselhamento. Conforme os anos foram passando e o mundo foi mudando, elas foram se adaptando aos novos tempos e seguem relevantes.
As Pastorinhas fazem parte da família Paulina e, quando chegaram, os padres já haviam construído o seminário e estavam bem estabelecidos. Em conversas recentes, as irmãs contaram que as três primeiras Pastorinhas da 3ª Légua eram italianas, mas vieram de São Paulo, onde atuavam já há algum tempo. Em Caxias do Sul, as pioneiras - Irmã Maria Veronica Magarotto, Irmã Eugenia Miana e Irmã Maria José Leon - foram instaladas em uma pequena casa, que acabou sendo reformada com o tempo. Essa construção foi emprestado por moradores que mantinham um armazém na frente. Com o desenvolvimento do trabalho de pastoral, posteriormente, a congregação acabou comprando a casa.
O início da trajetória teve algumas dificuldades, como a língua, por exemplo. Elas não falavam português e tinham pouca estrutura, o que exigiu que pedissem ajuda da comunidade. Sempre muito próximas dos moradores, foram realizando trabalhos como cuidar de crianças, fazer batinas, bordados e outras atividades manuais. Com essas ações, começaram a arrecadar recursos. Com o tempo de atuação, as mais antigas foram se aposentando, e esse recurso também passou a ser usado para ampliar a estrutura.
A participação sempre foi intensa, com leitura para crianças, organização de encontros e retiros, aulas de catequese, organização da paróquia e apoio em missas, enterros, orações e outras atividades da vida religiosa. Teve até quem foi tirar uva na safra para garantir um dinheiro a mais para a congregação. Tudo isso foi dando certo e, ao se detalhar hoje a trajetória das Irmãs Pastorinhas, encontra-se uma escola e uma estrutura erguida para receber retiros, ambas localizadas na 3ª Légua. Esses são dois exemplos do quanto elas conseguiram crescer com a sua dedicação e a ajuda da comunidade em todos os momentos que precisaram.
Atualmente, acompanhando as mudanças no mundo, elas utilizam a casa que foi erguida para os retiros também como uma pousada. Além dela e da escola, elas mantêm na 3ª Légua também a casa onde vivem. Porém, a estrutura não fica restrita a essa região. No total, em todo o território de Caxias do Sul, as Pastorinhas têm oito prédios que oferecem serviços à comunidade. Todas foram feitas com calma. Quando sobrava algum recurso, elas compravam um terreno e deixavam lá. Depois, com outra verba, começavam a obra. Sempre estavam de olho no que havia à venda e em como aproveitar temporadas de baixa no setor de imóveis.
Dessa forma, com um passo por vez, a congregação foi se consolidando e segue forte até hoje, com 11 irmãs atuando em Caxias do Sul. Enquanto tudo isso acontecia, os padres Paulinos, responsáveis pela vinda delas, acabaram deixando a 3ª Légua. A intenção deles era colocar uma gráfica, mas a região na tinha energia trifásica. As promessas de que ela chegaria acabaram não sendo cumpridas e, ainda na década de 1950, eles se mudaram para o bairro São Ciro. Apesar de terem ficado pouco tempo por ali, deixaram um legado que segue ativo até hoje: a atuação relevante das Irmãs Pastorinhas.
Este conteúdo integra o projeto Patrimônios, lendas e marcos de Caxias do Sul, financiado pela Lei Paulo Gustavo de Caxias do Sul.
Produção, organização e Curadoria: Marivania L. Sartoretto
Texto: Paula Valduga
Fotos: Marivania L. Sartoretto
Ano: 2025
Para creditar
SARTORETTO, Marivania L.; VALDUGA, Paula. Irmãs Pastorinhas atuam na 3ª Légua desde 1952. Caxias do Sul: Patrimônio, Marcos e Lendas / Lei Paulo Gustavo, 2025. Disponível em: https://www.guiadecaxiasdosul.com/turismo/patrimonios/patrimonios-e-lendas/irmas-pastorinhas
Referências
Depoimento de Irmãs Pastorinhas