Se você já tem cadastro
Se você é novo por aqui
Você é
CLIENTE ANUNCIANTE
Incluir, mostrar e destacar a sua empresa, produtos e serviços. Inclui autorização para cadastrar eventos.
PROMOTOR DE EVENTOS
Cadastro para poder incluir eventos na agenda.
Deve ser no nome do promotor responsável pelo evento.
Ascendência indígena

Ascendência indígena

Moradores de Caxias do Sul falam sobre a ascendência indígena
Ascendência indígena

O DNA indígena segue entre nós 

Ao circular pelo interior de Caxias do Sul, não é muito raro encontrar pessoas que, com mais conhecimento sobre a árvore genealógica da sua família, afirmam que possuem ascendência indígena. Muitas vezes, a descoberta acontece de forma despretenciosa, em meio a um dia corriqueiro, como tantos outros. Isso aconteceu em uma família que terá seu nome preservado. Em conversa com Marivania Sartoretto, idealizadora desse projeto, mãe e filha começaram a contar a história de um antepassado seu que tinha a pele escura e contava que, quando era jovem, seu cabelo era liso. Os filhos não acreditavam e ele acabou indo buscar uma foto que comprovou a informação.

Isso aconteceu porque ele nasceu de uma mistura entre descendentes de indígenas e de afros. A avó desse homem era uma indígena considerada muito braba que casou-se com uma pessoa em determinado momento da vida. A filha desse casal, que carregava a ascendência indígena da mãe, casou-se com um afrodescendente. E o filho deles, portanto, nasceu com a pele escura e o cabelo liso.

Esse é apenas um dos relatos sobre ascendência e etnias que Marivania escutou nas suas andanças pelo interior. Conversando com moradores de vários lugares, ela ouviu também a história de uma mulher indígena que se casou com um português e teve uma filha que, por sua vez, casou-se com um afrodescendente. Há mistura, também, entre afro e alemão, ou seja, as etnias seguem mantendo o seu DNA nas gerações seguintes, mas ele vai se mesclando a outros e criando um povo miscigenado.

Os indígenas não ficam fora disso, porque os aldeamentos não atingiram todos. Muitas mulheres casaram-se com homens de outras etnias, enquanto diversos homens ficaram trabalhando em fazendas como escravos e em diversas atividades. Dessa forma, foram convivendo e se misturando com os outros povos que ocupavam o mesmo território que eles. No livro "Agricultura familiar, desenvolvimento rural e proteção dos recursos hídricos: o caso do distrito de Vila Seca”, há um relato que também reforça o DNA indígena passando de geração em geração. A autora, Cláudia Ribeiro, reproduz: "olha meu rosto, eu tenho rosto arredondado; o nosso olho puxado, a cor da pele - isso são os nossos antecedentes, de origem indígena”.

Os indígenas se misturaram aos demais povos, que também se mesclaram a outros e deram origem a um povo que segue carregando vários DNAs e se misturando entre si. E essa, sem dúvidas, é mais uma riqueza de Caxias do Sul.

 

Este conteúdo integra o projeto Patrimônios, lendas e marcos de Caxias do Sul, financiado pela Lei Paulo Gustavo de Caxias do Sul.

Produção, organização e Curadoria: Marivania L. Sartoretto

Texto: Paula Valduga

Fotos: Marivania L. Sartoretto

Ano: 2025

Para citar

SARTORETTO, Marivania L.; VALDUGA, Paula. O DNA indígena segue entre nós. Caxias do Sul: Patrimônio, Marcos e Lendas / Lei Paulo Gustavo, 2025. Disponível em:  https://www.guiadecaxiasdosul.com/turismo/patrimonios/patrimonios-e-lendas/ascendencia-indigena

Referências

Relatos colhidos por Marivania Sartoretto. Os nomes dos entrevistados foram preservados.

RIBEIRO, Cláudia. Agricultura familiar, desenvolvimento rural e proteção dos recursos hídricos: o caso do distrito de Vila Seca. Caxias do Sul/ RS. Claudia Ribeiro e Lovois de Andrade Miguel.  6º Encontro de Economia Gaúcha – EEG 2012