
Anexação a Caxias do Sul
Em janeiro 1955, Vila Oliva teve uma grande conquista: a anexação a Caxias do Sul. No final do ano anterior, havia sido realizado um plebiscito para perguntar aos moradores se eles preferiam seguir pertencendo a São Francisco de Paula ou ter o seu território anexado a Caxias do Sul. A segunda opção venceu e, quando a mudança foi efetivada, o distrito organizou uma grande festa.
Entre os articuladores do movimento pela anexação, estavam líderes como Astrogildo Stumpf, João Alano Stümer e Ernesto Menegotto. Conforme nos relataram Volnei Stumpf, Renan Daneluz e Inês Marlene Sturmer, era perceptível que a mudança para Caxias do Sul seria benéfica para Vila Oliva, o que realmente se confirmou. Um dos motivos que fez com que a população votasse pela anexação no plebiscito era geográfico. Vila Oliva ficava longe de São Francisco de Paula, e a distância tornava tudo mais complicado. Além disso, aquele município enfrentava precariedade em infraestrutura e serviços públicos.
Por outro lado, Caxias do Sul se desenvolvia rapidamente e estava mais avançada em termos de infraestrutura. Esse contexto impulsionou a comunidade, liderada pelas personalidades citadas, a se mobilizar pela mudança. Diversos moradores trabalharam por muito tempo em busca do plebiscito, cujo resultado teve larga folga pela escolha de Caxias do Sul.
Esse processo foi acompanhado pela imprensa da época e, na edição de 6 de novembro de 1954, o Diário do Nordeste publicou que estava na Câmara de Vereadores a proposição do vereador Pery Paternoster que solicitava informações ao Poder Executivo “a respeito dos distritos de Criúva e Vila Oliva, onde se realizaram plebiscitos para sua transferencia ao nosso município, tendo a maioria dos respectivos moradores aprovado essa medida”. O parlamentar pedia, então, que o Executivo informasse se já havia sido procedida a transferência e, em caso negativo, que respondesse se a providência estava dependendo de São Francisco de Paula ou do governo do Estado. Essa medida era necessária porque o Legislativo estava para aprovar a lei relativa ao orçamento de 1955 e necessitava destinar verbas a Vila Oliva e Criúva.
A anexação foi celebrada com fogos de artifício, festa e um clima geral de comemoração. "O meu avô materno, Antônio Cavalli, contava que povo estava no campo próximo Parque de Rodeios detonando morteiros em forma de agradecimento a Caxias. Depois, a festa continuou na sede do distrito com churrascada. foram abatidas seis vacas e a celebração durou três dias", afirma Daneluz. Ao se conversar com os moradores, é unânime o relato de que essa festa ficou marcada como um evento histórico da trajetória de Vila Oliva. A celebração foi tão grande porque, ao responder sim no plebiscito, os moradores já sabiam que o distrito só teria a crescer. Hoje, ao se olhar para a trajetória de Vila Oliva de 1955 até agora, os fatos demonstram que eles estavam certos.
Este conteúdo integra o projeto Patrimônios, lendas e marcos de Caxias do Sul, financiado pela Lei Paulo Gustavo de Caxias do Sul.
Produção, organização e Curadoria: Marivania L. Sartoretto
Texto: Paula Valduga
Fotos: Marivania L. Sartoretto
Ano: 2025
Para citar
SARTORETTO, Marivania L.; VALDUGA, Paula.1955: o ano em que Vila Oliva passa a pertencer a Caxias do Sul . Patrimônio, Marcos e Lendas / Lei Paulo Gustavo. Caxias do Sul: 2025. Disponível em:
Referências
Depoimentos de Inês Marlene Sturmer, Inês Marlene Sturmer e Volnei Stumpf, Renan Daneluz.
Jornal Correio do Nordeste, edição de 6 de novembro de 1954
Passos, Alvoni Adão Prux dos, 1967- Uma leitura acerca das interações culturais presentes na formação do distrito de Criúva no município de Caxias do Sul / Alvoni Adão Prux dos Passos. – 2016.